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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Media Trainning neles!!!

Acredito que o técnico da seleção brasileira, Dunga, deve tomar conhecimento do conceito de Media Training, que é o treinamento voltado para os diretores, porta-vozes e principais representantes de empresas e instituições diversas com o objetivo de prepará-los para o relacionamento adequado com a imprensa. E se o Dunga não sabe, ele é um porta-voz da seleção brasileira. Então acho que chegou o momento da CBF oferecer este treinamento àqueles que comandam a seleção.

No último domingo, 20 de junho de 2010, nenhum jornalista que se encontrava naquela sala da entrevista coletiva após o jogo Brasil X Costa do Marfim, estava de brincadeira, todos trabalhavam. Até Vesgo, Alfinete e Impostor [da RedeTv!] estão na África à trabalho. Quando o técnico Dunga resolve questionar se há algum problema com o jornalista da Rede Globo, Alex Escobar, porque este balança a cabeça. Até aí poderia ser somente uma questão de curiosidade. Vai que ele é curioso, né?! Eu pelo menos sou bastante! Porém, quando ele começa a chamar o cara de cag..., puto cag..., aí é demais pra minha cabeça!!!

Naquele momento fica clara a falta de educação do Sr. Dunga, a sua falta de profissionalismo por não respeitar outro profissional, sua ignorância em não conhecer a função da imprensa e, talvez o mais grave, o seu desrespeito à nação brasileira, afinal naquele exato momento ele não estava ofendendo apenas o Alex Escobar, e sim cada brasileiro que é apaixonado ou não por futebol, que discute toda hora ou não sobre o esporte, que tem dúvidas ou não sobre o desempenho da seleção nesta Copa e de um modo geral.

Comunicação é informação, são processos de trocas entre vários interlocutores. Jornalista não é defensor dos pobres e oprimidos, nem dono da verdade, mas é o profissional que tem na INFORMAÇÃO sua matéria-prima de trabalho. E quem melhor para falar das estratégias aplicadas ao time, do que o seu técnico?!

Jornalista e os profissionais de comunicação, de um modo geral, são uma espécie de olhos, bocas e ouvidos da sociedade distribuídos por todos os locais imagináveis e inimagináveis. Eles investigam, entrevistam, correm, buscam, perguntam, indagam, lançam questões, falam e também ouvem... tudo isso para colher o maior número de informações possíveis e levar para a televisão, o rádio, o blog, a revista, o jornal, as notícias e os fatos que os cidadãos querem, merecem ou precisam saber.

A seleção é um patrimônio cultural do brasileiro. A seleção não é uma propriedade particular do Dunga. No país que respiração e transpira futebol, quase todos querem saber como vai o desempenho da seleção, quem serão os escalados, quem já se recuperou das lesões e por aí vai. Mesmo que o Dunga goste de trabalhar no calado, sem divulgar nada talvez tenhamos que respeitar o modo de trabalho dele. Porém ele tem obrigação de prestar o mínimo de esclarecimento possível aos torcedores brasileiros e, geralmente isso ocorre via imprensa.

No entanto, as palavras do Dunga não são uma verdade absoluta, como a de nenhum de nós. Todos têm o direito de discordar de um pensamento, de uma diretriz, de uma ideia. Mesmo que durante a coletiva, o jornalista Alex Escobar tivesse discordado de alguma colocação do Dunga, este não teria o direito de atacar o jornalista com aquelas expressões chulas, ridículas e descabidas. Se o Dunga não agüenta a pressão que o seu cargo frequentemente sofre, ele que procure um tratamento psiquiátrico. Agora não vem descontar em cima da imprensa suas frustrações e revoltas.

Pense comigo Dunga, quem seria você sem a nossa participação na sua vida de atleta?! Prefiro não comentar!

Enfim, mas a falta de compreensão de quem ou qual instituição se representa realmente vai além do Dunga. Na edição da segunda-feira, 14, do programa da Band, CQC, mostrou os deputados federais, José Tático e Nelson Trad, agredindo verbal e fisicamente a repórter Monica Iozzi. Motivo?! Eles e outros deputados assinaram um documento à favor de uma Medida Provisória que incluiria um litro de cachaça na cesta básica brasileira. Quando questionados sobre os seus respectivos votos eles ficaram “nervosões” e partiram para as agressões. Uma pergunta: foi a Mônica que assinou o documento? E se um cidadão comum os questionassem também seria agredido?

Haja Media Training!!!


Talita Leite Dias

10 comentários:

  1. Se interpretássemos a grosseria do Dunga não direcionada ao profissional, mas à pessoa do Alex Escobar, estaria ele em seu direito de liberdade de expressão, mesmo que tenha sido um mau comportamento?

    Enquanto representante de uma "instituição" que é a seleção brasileira e todo seu entorno de valores agregados, investidores, patrocinadores e anunciantes, não consigo interpretar a atitude do técnico da seleção como uma ofensa à classe profissional. Embora, em questão de valoração de imagem corporativa ele tenha cometido um grave erro e precisaria se desculpar publicamente devido à repercussão gerada em torno do caso.

    A grande confusão talvez esteja no entendimento do contexto. Acredito que Dunga estava estressado porque deve sim ser cobrado pelos anunciantes que querem bons resultados da seleção, que vão para além da competição na Copa do Mundo, e que a Rede Globo, por ter privilégios na transmissão do evento, deve meter o bedelho no trabalho profissional do técnico. Não sei se o Alex Escobar foi usado como um bode expiatório para generalizar um recado a toda imprensa, mas eu só consigo interpretar o caso como uma ofensa pessoal e não profissional.

    Boa ideia este blog.

    Beijos, meninas.

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  2. Ai, eu comentei antes, mas acho que não foi.Humpf

    Girls, amay vcs duas terem um blog. Até porque eu sempre achei estranho a Ludi não ter um blog e Tatá ter abandonado o primeiro. hehehe

    São 01:36. Vou dormir, mas depois volto acá para comentar o textículo devidamente.

    Bjooo

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Meninas, parabéns pelo blog. E, Talitinha, parabéns pelo texto.
    Também achei bem descabido o comportamento do Dunga, ele tem que saber lidar com as críticas. Não é defendendo emissora A, B ou C, mas não foi nada ético da parte dele agir daquela maneira. Partir pra agressão física ou verbal é pq não tem argumentos e só confirma q as críticas feitas tem seu fundo de verdade.
    Qto aos deputados q agrediram a equipe do CQC foi horrível. Viste matéria sem cortes!? o impressionante é q a repórter não disse absolutamente nada e o cara já saiu agredindo. Esse mesmo é que tem as mãos e os pés ardendo em chamas.

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  5. Alberto, não consigo encarar a atitude do Dunga como algo estritamente pessoal ao jornalista. Vejo que ali tem mais de ressentimento com os profissionais da área do que com a pessoa do Alex Escobar.
    Complementando, acho sim que o cara sofre pressão de torcedores, patrocinadores, imprensa, mas aí ele não pode se descontrolar da forma que fez. Quando o Zangalo disse "Vocês vão ter que me engolir", não foi tão ofensivo quanto o Dunga, porém com certeza aquilo foi um desabafo.
    Concordo com Polyana que não eh questão de defender emissora A, B, C ou D. O Alex Escobar poderia ser funcionário da Al Jazeera que ia dar no mesmo.
    Não vi ainda a matéria na íntegra. Vou buscar no Youtube, mas aqueles o comportamento dos deputados eh absurdo. Os caras fazem o negocio errado e quando são questionados ficam furiosos como se tivessem alguma razão. Se fosse um eleitor que os questionassem, eles teriam a mesma reação?!
    Talita Dias

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. O comportamento do Téc. Dunga acho eu, realmente não se resume a uma pessoa, ou até um profissional, ele até q gostaria, imagino eu, poder discernir quem deturpa, ou não, o q acontece na seleção.
    Já tem um bom tempo q o Téc. Dunga não morre de amores pela imprensa, e quando foi noticiado q jogadores da seleção (Kaká e F.Melo) haviam se desentendido durante um treino, isso foi a gota d'água.
    Então sem poder apontar um "culpado" ele culpa a imprensa em geral, mas não só por isso, tmbm por polemizar, ou, repercutir as não convocações de certos jogadores.
    Claro q isso não são justificavas para atos não profissionais, sem classe e nada inteligentes.

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  8. Com relação ao comportamento dos digníssimos deputados, acho q todos nós já imaginávamos q aquilo acontecia.
    Agora o q acho interessante é q a política é uma piada, não deveria, mas é.
    Então obviamente é uma pauta para o programa, e só mesmo com muito humor pra ver a cara-de-pau dos deputados.
    Aos q ainda tem alguma dúvida sobre a abordagem "cômica" do CQC de "fazer piadas com coisas sérias" e "talvez acabar desvalorizando os profissionais de jornalismo",(minha Profª. quase me matou quando disse q tinha essa idéia de fundir jornalismo com o humor) fiquem despreocupados isso é besteira, afinal eles não fazem piadas, elas já estão por ai, eles só estão de olho! xD

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  9. Algo que percebo, e não é só no jornalismo, é um não-lugar de tudo que antes possuia alguma idéia, ou conceito. No jornalismo, e digo isso da posição de alguém que sonhou em ser jornalista desde criança, percebo uma certa potencialização do senso comum negativo à espeito das práticas jornalísticas. Às vezes sinto que essa "disseminação de qualquer coisa" na rede, da idéia "fake" de que os centros de poder estão se desconstituindo acabam por manipular ainda uma massa que mal sabe sobre o que vê, imagino mais ainda sobre o que fala. Posso ter soado preconceituosa, ou arrogante, mas juro que a intenção passa longe disso...na verdade são incomodações que tenho a respeito - vou arriscar nomear aqui, num cenário histórico onde parece pecado conceituar ou definir - do que eu gostaria de definir como um comportamento um pouco ingrato da sociedade para com o jornalismo e, especialemente - onde me dói mais, por ser o que sou (e não sou imparcial, porque sou humana) - com os jornalistas. Nenhuma, N-E-N-H-U-M-A, profissão é redondamente ética, inquestionavelmente correta ou imperturbavelmente concordada por todos. Mas o jornalismo teve seu papel na história do desenvolvimento das democracias, sejam elas quais forem, sejam elas existentes ou apenas construídas no nosso imaginário. E olha, quem nem quero entrar no mérito dos comentários mais - vou ousar de novo - cômicos que já vi, soando Dunga como grande messias do movimento "FORA GLOBO", ou coisas como "É isso aí Dunga, vamos mostrar que a Globo não manipula a gente!!!"...manipulação? Owww, psit!!E o controle remoto na sua mão?!?!E o youtube?!?!?

    Tento sempre refletir um pouco contra a corrente, por isso às vezes acabo sendo muito chata, simplesmente não me contento em aceitar as coisas como são prontamente colocadas. E vim aqui falar um pouco da minha tristeza em relação ao crescente desrespeito a uma profissão e a um setor profissional que também contribuiu pro desenvolvimento de uma sociedade. Discordo de muitas coisas nas práticas jornalísticas, mesmo sendo apaixonada pela maioria delas. Por tentar exercitar ao máximo minha capacidade crítica, acredito conseguir também criticar o jornalismo, os jornalistas, a mídia, suas lógicas equivocadas, suas contribuições negativas...mas acho, que nesse caso, o mocinho "jornalismo" precisa de um ombro amigo...

    Ufa!Rsrsrs

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  10. Ludimila tocou num ponto muito importante e que chega a ser cômico, o movimento DiaSemGlobo. Há muito tempo já o telespectador tem o direito de ter UM, DOIS, TRES, QUATRO ou INFINITOS DIAS SEM GLOBO. Foi na decada de 50 - quando a televisão surgiu - que tinhamos um ou dois canais no máximo, portanto não tinhamos escolhas. Hoje qualquer um tem pelo menos 5 canais abertos que trazem jornalismo, entretenimento, esporte na mesma proporção que a Vênus Platinada. Fora os canais abertos de menor peso e os fechados. Não eh à toa que a Globo anda brigando feito louca com a concorrência por cada ponto de audiência. Agora uma coisa não tem nada a ver com a outra. Se houve um desentendimento entre Dunga e Fatima Bernardes (e sua equipe) porque uma terceira pessoa (Ricardo Teixeira e o diretor de Esportes da Globo) fechou uma exclusiva sem o autorização ou aval do Dunga. Isso não quer dizer que ele pode tenha o direito de chegar numa coletiva, interpretar de forma [erronea] uma comunicação gestual de alguem da plateia e disparar ofensas gratuitas e descabidas. Da mesma forma que acho sim que a emissora tem o direito de levar a público o que houve. Se fosse a Mylena Ciribelli a ofendida, a Record não revelaria os fatos? E a Band ficaria calada se fosse o Ricardo Boechat?! Não estou defendendo a Globo, na verdade critico a atitude e o comportamento do Dunga.

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